Tratamento das complicações clínicas da cirrose hepática em paciente com transplante renal

Resumo

Introdução: A cirrose hepática e o transplante renal são condições que apresentam desafios clínicos complexos devido às suas interações e complicações concomitantes. A cirrose, uma doença hepática avançada caracterizada pela substituição do tecido hepático saudável por tecido cicatricial, compromete severamente a função do fígado e pode levar a complicações como hipertensão portal e encefalopatia hepática. O transplante renal, por sua vez, é uma solução crucial para a insuficiência renal terminal, mas a presença de cirrose torna o gerenciamento desse tratamento ainda mais desafiador. A combinação dessas condições exige um manejo cuidadoso para evitar agravamento das complicações e promover uma recuperação eficaz. Objetivo: A revisão sistemática de literatura teve como objetivo analisar e sintetizar as evidências sobre o manejo das complicações clínicas associadas à cirrose hepática em pacientes submetidos a transplante renal, destacando estratégias de tratamento e intervenções eficazes. Metodologia: A metodologia adotada seguiu o protocolo PRISMA para garantir a integridade e a transparência da revisão. Foram realizadas buscas nas bases de dados PubMed, Scielo e Web of Science, utilizando cinco descritores específicos: "cirrose hepática", "transplante renal", "complicações clínicas", "manejo", e "tratamento". A seleção dos estudos incluiu artigos publicados nos últimos 10 anos. Os critérios de inclusão foram: (1) estudos que focam em pacientes com cirrose hepática e transplante renal, (2) artigos que descrevem estratégias de manejo clínico e (3) publicações revisadas por pares. Os critérios de
exclusão foram: (1) estudos que não abordam diretamente a interação entre cirrose hepática e transplante renal, (2) artigos de revisão sem dados primários e (3) pesquisas realizadas antes do período especificado. Resultados: Os resultados revelaram que o manejo das complicações clínicas exige uma abordagem integrada. A hipertensão portal foi frequentemente tratada com medicamentos e procedimentos como o TIPS. As complicações hematológicas, como trombocitopenia e coagulopatia, foram geridas com transfusões e ajustes nos anticoagulantes. A prevenção de infecções e a correção das disfunções metabólicas também foram destacadas como componentes essenciais para a gestão eficaz desses pacientes. Conclusão: A revisão sistemática evidenciou que o tratamento das complicações associadas à cirrose hepática em pacientes com transplante renal requer uma combinação cuidadosa de intervenções médicas e monitoramento contínuo. As estratégias eficazes incluem o
controle da hipertensão portal, o manejo das complicações hematológicas e a prevenção de infecções. Uma abordagem multidisciplinar e a adaptação constante dos tratamentos são fundamentais para melhorar os resultados clínicos e a qualidade de vida desses pacientes.