Desenvolvimento pondero-estatural de crianças com sífilis congênita
Resumo
Introdução: A sífilis congênita, uma infecção transmitida da mãe para o feto durante a gestação, tem sido associada a diversas complicações, incluindo o comprometimento do crescimento e desenvolvimento infantil. O desenvolvimento pondero-estatural, que avalia o crescimento em peso e altura, é um importante indicador de saúde e bem-estar em crianças. No entanto, a magnitude do impacto da sífilis congênita sobre o desenvolvimento pondero-estatural e os mecanismos subjacentes a essa associação ainda não são totalmente compreendidos. Objetivo: O objetivo desta revisão sistemática da literatura foi sintetizar as evidências científicas disponíveis sobre o impacto da sífilis congênita no desenvolvimento pondero-estatural em crianças, identificando as principais características associadas a esse desfecho e as possíveis implicações para a saúde infantil.
Metodologia: A revisão sistemática foi conduzida de acordo com as recomendações do checklist PRISMA. Foram utilizadas as bases de dados PubMed, Scielo e Web of Science para a busca de artigos publicados nos últimos 10 anos. Os descritores utilizados na busca foram: "sífilis congênita", "desenvolvimento pondero-estatural", "crescimento", "crianças" e "infância" Foram incluídos estudos originais que avaliaram o desenvolvimento pondero-estatural em crianças com sífilis congênita, comparando-os com grupos controle. Estudos de revisão, relatos de caso e aqueles que não utilizaram medidas antropométricas foram excluídos. Resultados: Os estudos incluídos nesta revisão demonstraram que a sífilis congênita está associada a
um maior risco de baixo peso ao nascer, comprimento ao nascer reduzido e atraso no crescimento linear durante a primeira infância. Além disso, algumas pesquisas identificaram associações entre a sífilis congênita e o risco de desnutrição e baixo peso para a idade. Os mecanismos pelos quais a sífilis congênita influencia o crescimento e desenvolvimento infantil são complexos e podem envolver fatores como inflamação crônica, disfunção endócrina e alterações nutricionais. Conclusão: A revisão sistemática da literatura evidenciou que a sífilis congênita exerce um impacto negativo no desenvolvimento pondero-estatural de crianças. O baixo peso ao nascer, o comprimento reduzido ao nascer e o atraso no crescimento linear são as principais alterações identificadas. Esses achados destacam a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da sífilis congênita para prevenir as consequências a longo prazo para a saúde das crianças infectadas. Além disso, os resultados desta revisão reforçam a necessidade de estudos adicionais para investigar os mecanismos subjacentes à associação entre sífilis congênita e o comprometimento do crescimento e desenvolvimento infantil.