Associação entre a Doença de Crohn e a Artrite Idiopática Juvenil: manifestações clínicas e possibilidades cirúrgicas
Resumo
A associação entre a Doença de Crohn (DC) e a Artrite Idiopática Juvenil (AIJ) tem sido objeto de estudo devido à sua relevância clínica e impacto no manejo terapêutico dos pacientes. Ambas as condições são crônicas e de etiologia multifatorial, caracterizadas por processos inflamatórios que podem afetar diferentes sistemas do organismo, incluindo o gastrointestinal e o
musculoesquelético. A DC, uma doença inflamatória intestinal, e a AIJ, uma forma de artrite crônica que se manifesta na infância, compartilham semelhanças patogênicas e imunológicas, o que pode resultar em sintomas sobrepostos e desafios diagnósticos. Objetivo: Analisar as manifestações clínicas compartilhadas entre a DC e a AIJ, além de explorar as possibilidades cirúrgicas disponíveis para o tratamento dessas condições quando indicadas. Metodologia: seguiu o checklist PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses), com busca de artigos publicados nos últimos 10 anos nas bases de dados PubMed, Scielo e Web of Science. Os descritores utilizados foram "Crohn's disease", "Juvenile Idiopathic Arthritis", "clinical manifestations", "surgical options" e "association". Critérios de inclusão abrangeram estudos originais que investigaram a associação entre DC e AIJ, com foco em manifestações clínicas e tratamento cirúrgico. Foram excluídos estudos não
relacionados diretamente aos temas propostos, revisões não sistemáticas e estudos com amostras pequenas ou metodologia inadequada. Resultados: destacaram que a prevalência de AIJ em pacientes com DC é significativamente maior do que na população geral, com relatos de sintomas articulares precedendo o diagnóstico de DC em alguns casos. Além disso, estratégias
cirúrgicas como a ressecção intestinal e a artroplastia foram discutidas como opções para o manejo das complicações graves e refratárias dessas doenças. Conclusão: a interseção entre DC e AIJ implica em desafios diagnósticos e terapêuticos únicos, destacando a importância de uma abordagem multidisciplinar para otimizar o cuidado dos pacientes afetados por ambas as
condições.