Disfunção Autonômica na Doença de Parkinson: Implicações para o Tratamento Cirúrgico
Resumo
A disfunção autonômica é uma complicação comum na Doença de Parkinson, que afeta aproximadamente 40% dos pacientes. Esta disfunção resulta em sintomas como hipotensão ortostática, sudorese anormal e problemas de controle da bexiga, que
podem impactar significativamente a qualidade de vida dos indivíduos. A compreensão da disfunção autonômica é crucial para a gestão eficaz da Doença de Parkinson, especialmente no contexto de tratamentos cirúrgicos como a estimulação cerebral profunda. Esses tratamentos visam melhorar os sintomas motores, mas podem ter implicações sobre a função autonômica, que frequentemente precisa ser considerada para otimizar os resultados clínicos. Objetivo: Examinar as implicações da disfunção autonômica para o tratamento cirúrgico da Doença de Parkinson, focando nas interações entre os sintomas autonômicos e as estratégias de intervenção cirúrgica. Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática utilizando o checklist PRISMA para garantir a transparência e a rigorosidade na seleção dos estudos. As bases de dados consultadas foram PubMed, Scielo e Web of Science. Foram empregados cinco descritores: "Doença de Parkinson", "Disfunção Autonômica", "Estimulação Cerebral Profunda", "Tratamento Cirúrgico", e "Complicações". Os critérios de inclusão foram: estudos publicados nos últimos 10
anos, focando na interação entre disfunção autonômica e tratamentos cirúrgicos na Doença de Parkinson, e que apresentaram dados primários. Foram excluídos estudos que não abordaram especificamente a disfunção autonômica, publicações anteriores
a 2014, e artigos que não incluíram dados sobre tratamento cirúrgico. Resultados: A revisão revelou que a disfunção autonômica frequentemente piora após a cirurgia de estimulação cerebral profunda, com efeitos adversos notáveis, como aumento da
hipotensão ortostática e agravamento dos sintomas de sudorese. Estudos mostraram que a monitorização e a gestão cuidadosa dos sintomas autonômicos são essenciais para melhorar os resultados pós-operatórios e a qualidade de vida. Além disso,
abordagens integradas que consideram a disfunção autonômica no planejamento cirúrgico foram destacadas como benéficas. Conclusão: A disfunção autonômica representa um desafio significativo no tratamento cirúrgico da Doença de Parkinson.
A análise dos dados sugere que a consideração dos sintomas autonômicos no planejamento e acompanhamento cirúrgico pode melhorar os resultados e a qualidade de vida dos pacientes. É fundamental que estratégias personalizadas sejam desenvolvidas para manejar esses sintomas e otimizar os benefícios do tratamento cirúrgico.